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RESENHA: O Nome do Vento - ROTHFUSS, Patrick.

Capa do livro (fonte: http://poressaspaginas.com)
“(...) Deixemos de lado inúmeras histórias maçantes. [...] Avancemos depressa para a única história que tem importância real: [...] a minha.”
O Nome do Vento, do excêntrico Patrick Rothfuss, faz parte de uma trilogia conhecida por A Crônica do Matador do Rei. Como primeiro livro da saga, este inicia uma história de aventura, magia, impérios e canções. Amores e amantes, sons e melodias, letras e poemas. Em um universo de magnificência exacerbada, o gênero literário que faz sucesso entre os jovens incorpora uma única e agradabilíssima sensação aos leitores.

O sucesso de vendas rendeu sua aparição no conhecido The New York Times e já conta com o segundo volume lançado e traduzido: O Temor do Sábio. O terceiro, porém, ainda está em previsão de lançamento.

Antes de começar a introduzir a história, gostaria de ressaltar que a essência misteriosa desta saga é tanta que diversos fórums se reúnem para conseguir informações implícitas nas entrelinhas dos textos. Se isso te agrada, já é um ponto bastante favorável!

Kvothe (de costas, para variar) em O Temor do Sábio (fonte:http://www.leitoraviciada.com/)
“(...) Conversei com deuses, amei mulheres e escrevi canções que fazem os menestréis chorar. Vocês devem ter ouvido falar de mim.”
Kvothe, o personagem principal, é um garoto lendário de extrema inteligência cuja característica marcante é a cor de chamas ardentes do seu cabelo. Nascido e criado em uma trupe itinerária, o garoto passa por diversas cidades e tem seu nome rodeado de mitos e fábulas, porém se encontra como um tênue taberneiro escondendo sua verdadeira identidade em uma hospedaria de beira de estrada.

No enredo da história, Kvothe busca seus maiores anseios: ir à universidade para aprender o nome das coisas e reunir mais informações sobre o Chandriano – grupo de sete pessoas que assassinou a sua família.

Kvothe e a Universidade ao fundo (fonte:http://tavernadoelfo.blogspot.com.br/)
“Quando você sabe o nome de alguma coisa, você passa a exercer um tipo de poder sobre ela.”
O Nome do Vento é uma obra de contexto único e surpreendente. A narração que preza por descrever detalhes dos personagens (e não muito do ambiente em si) se difere de outros livros do gênero. Aqui, apresentar fielmente ao leitor o modo com o qual o personagem exprime certo sentimento é considerado precípuo. O ambiente também é retratado com maestria: o narrador provoca sensações que se completam. Deste modo, não raramente as cenas misturam caráter ambiental com sensorial e distribuem ideias maravilhosas e lúdicas sobre os acontecimentos narrados.

Kvothe e o Dracus Comum (fonte:http://slodive.com/)
“(...) Se você pretende impor sua vontade ao mundo, tem que exercer controle sobre aquilo em que acredita.”
O tempo de narração é inovador. Nos primeiros capítulos, há uma narração em terceira pessoa onde o protagonista é apresentado. O Narrador onisciente nos apresenta a introdução do simples taberneiro. Nos capítulos subsequentes, a narração passa a ser em primeira pessoa, onde o próprio taberneiro – Kvothe – conta suas aventuras e nos insere no âmago de sua trama.

No presente, o texto é denominado “Interlúdio” (trecho intercalado entre diversas partes de uma obra). No passado, o enigmático Kvothe conta a sua história em três dias, sendo que este livro é justamente os eventos do dia primeiro. Assim, uma série de idas e vindas acontece durante as páginas do livro. Os eventos do passado explicam, de certo modo, os eventos do presente.

Kvothe, o Arcano (fonte:http://drunkwookieblog.wordpress.com/)
“(...) Lady Lackless tem sete coisas não reveladas / Sob o vestido negro guardadas. / Uma é um anel, não para enfeitar / Outra, uma palavra ardente, não para xingar.”
A linguagem do livro é quase poética, mas de fácil compreensão. É carregada de metáforas e palavras de sentidos duplos e, a princípio, sem nexo. A intensa linguagem metafórica se justifica nas canções constantemente apresentadas no livro. De estilo poético, as cantigas possuem um toque de mistério que deixa “pontas abertas” ao leitor. Como o próprio Kvothe comenta, há canções que vocês não imaginam quantos segredos guardam. Tamanha é a carga de lições, enigmas e aprendizados nas entrelinhas que os fãs se juntam para tentar desvendar informações passadas despercebidas.


E aqui está a foto do livro (fonte:http://journaldesorrisos.files.wordpress.com/)
“(...) A Pousada Marco do Percurso estava em silêncio, e era um silêncio em três partes.”
Finalmente, rodeado de intensas aventuras, extremas lições de moral e curiosidades formidáveis, O Nome do Vento prende o leitor a um mundo novo e um tanto curioso em que os personagens vivem histórias circunspectas e sedutoras. Com tantos mistérios envolvidos, a leitura do segundo livro da saga, O Temor do Sábio, faz-se necessária. À primeira leitura de O Nome do Vento, muitas informações parecem incógnitas, porém, em uma segunda leitura, o leitor passa a enxergar nas metáforas das canções a real intenção do narrador.

Assim, entre estes e diversos outros motivos, a leitura de O Nome do Vento é extremamente recomendada a todos. Espero que tenham gostado da minha primeira resenha como autor do Nosso Paraíso Literário. Comentem suas dúvidas, opiniões, medos e angústias. Eu fico por aqui!

Com um sorriso no rosto,
Matheus.


Classificação : ★★★★★
Livro: O Nome do Vento
Editora : Arqueiro
Autor : Patrick Rothfuss
Número de Pags : 656

Um comentário

  1. Belas imagens, logo logo vou adquirir math, so esperar chegar no Brasil.
    Parabens pela resenha :)
    http://a-garotadolivro.blogspot.com.br/

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